Administração, Dívida Pública - 08/11/2012
A meta fiscal de 2012 foi para o brejo
Em vez de economizar para ter reservas quando necessário, o governo desperdiça recursos numa gestão ineficiente.

O governo desistiu, como se previa, de alcançar o superavit primário de R$ 139,8 bilhões (3,1% do PIB) estimados para o setor público em 2012. O superavit primário é a sobra de recursos financeiros para pagar os juros da dívida pública que um governo tem, após o pagamento de todas as suas despesas.
Com a economia em marcha lenta, o Governo precisa ser criativo para recorrer a sua caixa de truques contábeis, cada vez mais escassos, para fechar as contas. Para minimizar a situação o Governo reduziu de 12,5% para 7,25% a taxa básica de juros da economia brasileira (Selic), que reajusta boa parte da dívida federal. Esta estratégia reduziu pela metade o custo desta dívida em relação há cinco anos.
O ministro da Fazenda atribui a perda de arrecadação ao baixo nível de atividade das indústrias, aos estímulos tributários concedidos a alguns setores e à piora das contas públicas estaduais e municipais.
Porém nos bastidores do Governo a possibilidade de reduzir a folha de pagamento de funcionários públicos e parar de fazer bondades com políticos com o nosso dinheiro para eles não fazerem nada, está descartada. Enquanto isto gasta tempo para tentar provar que o mensalão não existiu, pois na opinião deles isto é coisa da imprensa.
O Estado deveria economizar nos tempos bons, por meio de austeridade na gestão de despesas, e acumular reservas para afrouxar em tempos ruins, pois desta forma o setor público teria condições de aumentar seus gastos no que fosse necessário e de aliviar a tributação sem comprometer a saúde fiscal de longo prazo.
Brasil adota metas de superavit primário que cobrem apenas os juros da dívida
Porém no Brasil a prática é bem diferente: o governo arrecada muito a maior parte do tempo, aumenta constantemente as suas despesas, adota metas de superavit primário num valor suficiente somente para cobrir os juros da dívida e não se preocupa em amortizar o principal.
As consequências são facilmente previsíveis: além de desperdiçar recursos numa gestão ineficiente, investe muito menos que o necessário em segurança, educação, saneamento básico, saúde, hospitais, estradas, portos, aeroportos, ferrovia, esgoto, água tratada, coleta de lixo, comunicação etc…
E vamos sediar uma Copa do Mundo de Futebol e a Olimpíadas.